terça-feira, 27 de julho de 2010

Do almoxarifado II

O sorriso foi trocado pelo silêncio e isso é tudo. Mesmo procurando não se encontram detalhes que expliquem a troca. Ouve-se nenhum som. O papel repousa só, em branco. As pernas teimam em ficar na horizontal. As mãos ajustam as vendas nos olhos alheios. Como pode o vazio não conter nada se ele só contém ar? Ora, ar nesses tempos é farto.

Ele ocupa espaços como um porto cheio de embarcações e nelas moram bagagens imóveis de desassossego que de tão sossegado cerra os dentes, abafa a alma.

21/01/2009

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