sábado, 20 de novembro de 2010

Flutua



longe da superfície
já quase não sentia mais desespero
era tudo mar
de lá ouvia só
(tão só)
o silêncio do barulho

a paz se aproximava
e por ser assim
que possibilidade tentadora
mas ainda distante

ao alcance das mãos
desvira um pedaço de papel
que ao se encher de linhas
encheu o peito de ar
e o que parecia impossível
emergiu

o som da respiração vibrava diminuto
por sobre a onda
                                                  
20/11/2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ludo

não posso comigo!
nem quando deixo assinado
registrado em cartório
com testemunhas
brinco de cigarra
nem eu me agüento
tão formiga!

17/11/2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Novembro

Tudo faz sentido hoje.
Eu, minhas circunstâncias,
as pessoas e as circunstâncias delas.
Não seria possível o nó na garganta quando
recém passava da metade do dia
ou a paz ao fazer o chá quente
no meio da tarde.
Tudo tão verdadeiro hoje.
Mas não seria assim,
caso a massa de ar polar não tivesse vindo,
desafiando Novembro.

10/11/2010