sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Excesso de franqueza
Primeiro calo
Depois berro
E no nosso retorno
Começamos pelos apelidos
Vamos devagarinho
Sorrindo com os olhos
Os pés se encontram
Por debaixo do cobertor
E então
Novos rumos se apresentam




30/12/2011

Nosso


Pimenta nos olhos dos outros
Nos teus
zelo
Nos meus
admiração

30/12/2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

Ardido

Os mais velhos tem razão
Pra língua afiada: pimenta
Não fiquemos só na ameaça
É o que diz
O grito mudo
De minhas entranhas
Essa coisa toda
Que envolve
Tamanhos
E laços
Confunde
Dá nó
Resposta a altura
Resulta em culpa
Silêncio resignado
Em dor de barriga
Que diabo se faz então?

11/12/2011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Do tempo e do vento
Entendemos
Nos termos
Que nos convém
Somos das baixas temperaturas
Nos agrada poder ouvir o apito do trem
E o galo do fogão a lenha
Rangendo
Pra lá
E pra cá
Ao passo que esfria lá fora
Ficamos mais ternos
Nos enchemos de paciência
E assim
Duramos.

01/12/2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

celebrando

vou ter que roubar os versos da canção que diz:
"o mundo começa agora
apenas começamos"

assopro as velinhas junto
e começo um novo ano
bem do teu ladinho
por que é bom demais assim...
quase não cabendo
tanto amor

24/11/2011

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

lá em cima

este céu não é bem aquele de que me falas tanto
mas uma coisa é certa:
com vocês dois
todo e qualquer céu
vale a pena


11/11/11

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Claridade

nesses dias em que teus olhos ficaram mais verdes
me enchi de esperança
e tudo brotou
naturalmente...

03/11/2011

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Maísa

seu jeito sábio de viver
parece de gente grande
quem dera ser Maísa por um dia
e da vida
aproveitar o que há de bom!


29/09/2011



terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aqui em mim...

hoje quando a sós comigo
foi como se estivesse me vendo
em pé
e tão firme
quase soberba
como se nada
nem ninguém
pudesse me parar

viva a celebração do instante
faço votos de que ele possa retornar quando queira

27/09/2011
o que meus olhos veêm
o teu coração sente

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Tamanha encrenca
Tentar achar outra dentro dessa daí
Que é linda e oca

Quisera dos olhos verdes e brilhantes
Saíssem lágrimas de arrependimento
Que fossem tomar o rumo da docilidade
Quem sabe até...
Ternura

Mas na verdade
(Se é que existe alguma)
Quando a vejo
Dos olhos saem faíscas
E da boca
Um texto pronto
Afiado
Na ponta da língua
Uma decoreba que não nos leva a lugar algum

06/09/2011

Sietembro

Quase sempre é Setembro por aqui
Vento ainda frio que faz acordar
Cores brotando nos vasos
Cheiro de terra molhada quando entardece
Chuva fina que persiste, relaxa
E nos põe suavemente pra dormir

05/09/2011

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

É primavera


A primavera chegou mais cedo por aqui.
Dizem que arranjos de copos de leite podem trazer paz ao ambiente e tranquilidade às pessoas presentes no local. Ora, esse belo arranjo sem dúvida faz sua parte mas o que deixou minha alma leve foi quem os trouxe. Eles chegaram aqui envoltos naquelas mãos que conheço tão bem e admiro tanto, as mesmas que tocaram minhas costas em meio ao abraço mais fraterno de que tive notícia nos últimos tempos.
As palavras doces, os sorrisos verdadeiros, os olhares apaixonados destinados à pequena, tudo isso em pouco mais de dez minutos, mas o suficiente para perdurar durante dias. Mais uma boa lembrança, uma fotografia nova e colorida, mais uma, que já está morando no álbum dessa amizade estreita que não para de se alargar criando novos capítulos. Que assim seja.
Um beijo minha amiga querida, um bom retorno e que em breve a gente se veja novamente.

Satolep, 15 de Agosto de 2011.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

De olhos fechados de ouvidos abertos

Enquanto tudo dormia
Fui a única testemunha daqueles pingos
Tão repentinos...
Assim como vieram, se foram

No dia seguinte
Quando vi o chão seco
Ficou a dúvida
Terá sido devaneio?

Seja lá o que passou
Me foi útil
Entendi como uma benção
Bem oportuna
Daquelas...
Quando se mais precisa

Cabe agora
Ao longo dos dias
Ver o que ficou
Porque o que ela levou
Percebi quase de imediato

Minha agonia
Lenta e ordenadamente
Se dissipou, foi

09/08/2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Agradecimento

presente dado por minha mãe que me alertou: "tá lindo, ele tá apaixonado..."
essa é ela, sempre adoçando minha vida, trazendo poesia, som, encantamento...
meu sincero agradecimento!

devo te amar desde sempre
antes mesmo de andar naquele escorregador
da Praça Coronel Pedro Osório...

04/08/2011

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Para o branco do teu rosto

Esse é o teu mês
E um pouco por isso que fiquei com vontade de te dizer
Que te amo desde o momento em que pus meus olhos
nas tuas bochechas rosadas
em tua pele alva...

E o tempo voou depressa
Depois daquele primeiro colinho
Vieram
às caminhadas de mãos dadas
às conversas sinceras
e os carinhos sem fim

No pescoço tenho a medalhinha que me deste
em sinal do nosso grude e da nossa sintonia
Mal posso acreditar...

Me belisca...!
Que eu te devolvo com uma risada
e assim vamos indo
juntas.

02/08/2011

Saudade

Briguei comigo porque pensei quando ainda sonhava: se abrir os olhos
ela some da minha frente e encerramos o papo!
Então abri e fechei assim, rapidinho... mas ela já tinha ido
Depois um longo suspiro... bom demais todo aquele assunto, as vozes parecidas, uma ecoando na outra...

 
02/08/2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A minha longa e sinuosa estrada




quantos graus não estão hoje
também me ausentei e não vim
passei um bocado do dia me demorando
como o sol que resolveu brilhar quase na hora de se pôr

27/06/2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Desenho

Impossível fechar os olhos
Estão pequenos
Mas já são deste tamanho
Assim vieram da fábrica
O resto é marra
E perda de tempo
Pois estás aqui
E me convidas
Tesa e confiante
Com o firme propósito
De que conquistemos
O mundo
Munidas de lápis, papéis, sonhos
E au aus

25/05/2011
Amargo

Em algum momento
Entre três e quatro
Tão real
Feito uma celebração
Mas a ressaca
Ocorre durante o evento
E não depois
Vive-se o cansaço
A dor no corpo
E não a alegria
E tudo mais
E todo o resto
São dentes
Porque estavam apertados
Os de cima contra os de baixo

Amargo

O sabor repuna e desperta
Vigilante e insone
Quem ousa manter-se adormecido
Diante de tamanho barulho [controle]?

O gosto da angústia

Amargo

25/05/2011
Coluna do meio
Quase sempre frustrante
Nem lá
Nem cá
No meio
No meio do caminho
Melhor hoje?
Não
Mas também não piorou
E assim
Mais ou menos
Se vai indo
Coadjuvante
Muito bem disposto
Muito bem exausto

25/05/2011

Matizes

Com todo o contorcionismo
meus olhos cheios de preguiça
se espicharam buscando o azul celeste
E de pano de fundo achei
o vermelho encarnado
Cores que me trazes...
E quando colocas sons nas cores
o mundo inteiro lá fora para.

No começo éramos simples mortais
Agora somos senhores do tempo

20/05/2011

sábado, 9 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Abril


é bem mais do que
um simples almoço
passa longe do trivial
um momento assim
tão justo e certo
fica eternizado
mesmo antes de acontecer
logo eu
que dentre meus ofícios
alerto sobre o peso
de carregar expectativas
mas não me furto
de fechar os olhinhos
e assistir nós dois
de grude
mais que ontem
menos que amanhã
onde vai caber
tanto amor?

08/04/2011

quarta-feira, 30 de março de 2011

Derradeiro

Nós:
Afunilados
Sob a tormenta
Cinza, densa, úmida
A planície teima em nos alinhar

Nós...
Entre risos e suspiros de alívio
O dia virando noite
Os vidros ensopados da chuva
E ali
Outra vez
Um começo

Nós?
Desataram-se todos
Ou muitos deles
A alma encontra-se lavada agora
Mas ainda resta o mistério da bruma
Sempre tão além desse terreno plano

30/03/2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

Passagem

Terá sido bem mais de uma vez...

Especula-se
Sem lembrança exata
Mas ficou a sensação
De que ela fora linda

Provável que fossem as risadas
Mais altas
Os choros não tão sinceros
Mais teatrais

Todo o conjunto da obra
Formado pelo descompromisso
E pela leveza aparente
A faziam bela

Maldita seja a cisma de opor-se a liberdade
Esse gozo que tanto se demora
A faz perder o viço
Ainda bem que nesse vidro polido
É ela e não eu

18/03/2011
não escapa aos olhos esse mundo cheio de possibilidades coloridas 

segunda-feira, 14 de março de 2011

Como se fosse flor

Que nem Maria...
Sem vergonha
De rir de mim
De arriscar
De me espalhar
De perseguir o simples
E o pouco
Talvez um pouco mais
Do que o necessário
Mas que caiba
Parecendo certo e justo
E faça florescer-me
Em várias Marias

14/03/2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Triste
Triste da minha vida
Não de todo triste
Mas um bom pedaço
Um pedaço que cansa
Do esforço
De se deslocar
Atrás de frascos de inspiração
Pois no mesmo lugar onde os consigo
Há um grande aviso que diz:
Atenção! Para aqueles feitos de plástico, não há remédio.

21/02/2011

Dom

O veneno
Vem
E persegue
O encantamento

Corrói
Encerrado
Mudo
Calado
Parece que não existe

As vezes pelos cantos dos olhos
Sai
Bem espremido
Quisera nunca saísse

É a tal onda cava e profunda
Que ameaça tudo tragar

21/02/2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ofício Mãe

Somos em prol do movimento
E eu
Fico te mostrando o mundo
E me encosto mais ao longe
Para ver-te pluma

10/02/2011

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Salve a Dor e os Milênios de Risada Gargalhada

tava estranho
a saudade não vinha
diferente do programado
me vi mais tranqüila
e passei a pensar
porque me enfiei nesse lugar
tão inquieto
e mergulhei em mim
pra ver se cato alguma resposta
porque de ti não vem esse desejo
essa cobrança
ou a autorização pra que eu tenha me tornado
tão vigilante
como quem sente a ameaça
de um temporal de vento

quem procura acha
achei a tal saudade
ela tava escondida em 2004
naquele junho
que ganhei
o “Foreign Sound”
hoje no documentário
Caetano andava, contava e cantava

“Strange dear, but true dear
When I'm close to you, dear
The stars fill the sky
so in love with you am I
Even without you
My arms fold about you
You know darling why
So in love with you am I
In love with the night mysterious
The night when you first were there
In love with my joy delirious
When I knew that you could care
So taunt me, and hurt me
Deceive me, desert me
I'm yours, till I die...
So in love... So in love...
So in love with you, my love... am I...”

pronto
me inundei de saudade e fiquei só
imaginando
onde andavas tu
e tua saudade de mim
da gente
de nós dois

agora
emoção mesmo
olhos marejados
e garganta ardendo
só quando ao telefone
parei de prestar atenção no Caetano
e te ouvi
feliz
no Olimpo

como isso enche meus olhos
e tem também os detalhes
endereçados a mim
a fome de me contar
a vontade que eu entenda
que eu tome tento
e partido das tuas coisas

é isso
e isso é muito
é quase tudo
e como é belo

so in love

antes
e

agora

05/02/2011

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Búzios

Com Bárbara morando aqui
fico sem paradeiro
os pés ainda fincados no chão
mas a cabeça...
na lua com Jorge

16/01/2011

Retrato

Uma casa sem fim
da porta de entrada
enxergo a outra de tela
Deve ser a da varanda
De qualquer uma delas
se vê o verde do mato
o azul do céu
nossa maluca correndo

Em 16 de Janeiro de 2011, com a licença do Padre que é dono do Arroio.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

o cheiro a dança a ordem o fim o amarelo o sangue o início
gosto muito do azul dos tambores do coro
tem muito vermelho e branco também
no meio uma pausa pra pensar na vida e em tantos não seis

o vento a força o rodopio a mão firme os olhos fechados os pés nus
e eu ali inteira disposta com frio com gana
vai vê sou dali

não sei não quero saber mas quero sentir
quero encolhida e atenta
admirar aqueles que dançam e sentem

06/01/2011
As vezes acho
que já sabia
que tudo é diferente na Angola
Mas foi lindo
ter ouvido primeiro
de ti

06/01/2011

A nova estação

Eu que sou do frio
Me vi plena
Sentada contigo
A praia lotada
Todos os ruídos e outros mais
Minhas costas ardendo
Parecia que todos davam jeito de aproveitar o calor
Mas não tenho bem certeza
Meu interesse
Minha atenção
Meu olhar
Minha escuta
Minha paciência
Destinados a nós
E assim
Quase não sentimos saudade do inverno

06/01/2011

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Uma melhor

Não é mais possível que se diga que não se sabe a hora
Pois vi num sonho
A velhinha cheia de anos e vontades
Virando estrelinhas sem parar
Então foi explicado
Que essa agitação toda
Era sinal de que a tão temida e inevitável hora estava se aproximando

Não acho que seja devaneio
Gente que sabe viver
Não morre
Vira estrelinha

05/01/2011

2011

   
                            para e olha pra esse ano novinho em folha

01/01/2011